Pobreza menstrual é o nome dado à situação de milhares de mulheres no mundo todo que não têm acesso aos itens de higiene básicos durante o seu período menstrual. Desde 2014, a ONU (Organização das Nações Unidas) reconhece o tema como uma questão de saúde pública e direitos humanos.
De acordo com a ONU, uma em cada dez mulheres no mundo já faltaram em uma aula por não terem um absorvente disponível. No Brasil, essa estatística sobe para quatro em cada dez. A idade média para a primeira menstruação das mulheres brasileiras é de 13 anos.
Considera-se que 90% das jovens entre 11 e 15 anos passaram pela primeira experiência menstrual. Ou seja, as jovens passam uma boa parte da vida estudantil menstruando. Por ano, são cerca de 45 dias com fluxo menstrual.
Por falta de absorventes ou mesmo estrutura de banheiros nas escolas, muitas meninas faltam no seu período menstrual, prejudicando sua educação.
Quanto custa menstruar?
De acordo com uma pesquisa feita por uma marca de absorventes, uma mulher usa, em média, 20 absorventes por ciclo. O custo médio de um absorvente é R$ 0,60. Apesar de ser um item de higiene, os absorventes ainda são categorizados como cosméticos, podendo ficar ainda mais caros. A estimativa é que, ao longo da vida inteira, a mulher gaste entre R$ 3 mil e R$ 6 mil em absorventes.
A escassez do produto leva a busca de materiais alternativos. De acordo com pesquisa feita pela antropóloga Mirian Goldenberg, 80% das mulheres que não tinham acesso ao item já usaram papel higiênico ou roupas velhas. Além das adolescentes, mulheres em situação de rua ou presidiárias não têm acesso a esses itens de higiene. Saiba mais aqui.
Questão de saúde pública
Tramitam no Congresso Nacional dois projetos que tratam do tema. O Projeto de Lei 4968/2019 prevê a distribuição de absorventes higiênicos para todas as alunas das escolas públicas de nível fundamental e médio, por meio de cotas mensais.
Já o Projeto de Lei 61/2021 cria no SUS (Sistema Único de Saúde) o programa de distribuição de absorventes às mulheres em situação de vulnerabilidade social e em estado de pobreza extrema. Este projeto tramita em caráter conclusivo na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa e deve ser votado ainda no mês de agosto.
Iniciativas pelo fim da pobreza menstrual
Diversas organizações fazem um trabalho social de conscientização e doação de absorventes, como a Fluxo sem Tabu. Outro exemplo é o caso de Mogi das Cruzes, em São Paulo, onde as vereadoras organizaram uma Frente Parlamentar pelo Fim da Pobreza Menstrual e aprovaram o projeto para ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade da cidade com o fornecimento de absorventes higiênicos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e escolas da rede municipal.
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